Os desafios e aprendizados da comunicação política: da campanha ao mandato

Por Gabriela Alvares, coordenadora de campanha do vereador Pedro Duarte 2024

A comunicação é a espinha dorsal de qualquer estratégia política bem-sucedida. Seja na construção de um mandato ou na batalha eleitoral, a forma como um político se comunica define não apenas sua imagem, mas também sua capacidade de engajar, mobilizar e convencer. A campanha de reeleição do vereador Pedro Duarte em 2024, na cidade do Rio de Janeiro, trouxe muitos aprendizados sobre comunicação institucional, pública e de mandato. Aqui, compartilho algumas dessas lições que podem servir de guia para outros agentes políticos e suas equipes.

O desafio de definir uma identidade clara

Um dos maiores desafios de comunicação enfrentado durante uma campanha pode ser a ausência de uma identidade bem definida. Ao longo do mandato, abordamos diversos temas importantes para o debate público, mas muitas vezes sem uma estratégia clara de posicionamento que facilite a lembrança no período eleitoral. Isso revela uma lacuna fundamental: a comunicação de mandato precisa ser estruturada desde o início, com foco na construção de uma identidade política coesa. Sem essa base, a campanha se torna um desafio ainda maior.

No nosso caso, havia o desafio específico de Pedro Duarte ser um dos principais nomes da oposição em um governo bem avaliado. Foi essencial traduzir temas técnicos de forma didática e reforçar a importância de sua reeleição para fiscalizar os gastos públicos. Mostrar que a independência para fiscalizar e propor era um diferencial do nosso projeto foi uma diretriz central da campanha.

Estratégias de engajamento e mobilização

Durante a campanha, percebemos que a comunicação humanizada e individualizada gerou impactos extremamente positivos. Responder a comentários nas redes sociais, elaborar respostas detalhadas sobre temas técnicos via WhatsApp e manter diálogos diretos por mensagens privadas foram estratégias essenciais para estreitar o relacionamento com os eleitores. A política é sobre pessoas, e a comunicação precisa refletir esse princípio.

No mandato, essa estratégia pode ser aplicada de forma contínua, fortalecendo o vínculo com a população e evitando a necessidade de reconstruir essa proximidade apenas no período eleitoral. Além disso, eleitores bem atendidos tendem a se tornar multiplicadores, ampliando o alcance do trabalho e reforçando a credibilidade do mandato.

Acertos x erros: aprendizados para futuras campanhas

Entre os principais acertos da campanha, destaco novamente a humanização do político e o fortalecimento da relação com os eleitores. Mostrar que o político é um prestador de serviço contratado pela população reforça responsabilidade e transparência. Estratégias de conteúdo voltadas para esse entendimento, tanto online quanto offline, foram essenciais.

A comunicação interna com a equipe também foi um diferencial. A equipe é a linha de frente do projeto, e quando está alinhada e acredita na proposta, transmite essa mensagem com mais força e consistência – algo que vale também para o mandato.

O uso da inteligência artificial foi outro ponto positivo, tornando a produção de conteúdo mais ágil e personalizada. Quando bem aplicada, a tecnologia otimiza a comunicação e amplia seu alcance.

Por outro lado, um dos desafios foi a falta de uma estratégia clara para reforçar os pilares do mandato. A comunicação foi bem executada, mas sem um direcionamento estratégico que facilitasse a lembrança dos principais feitos. O período eleitoral deve amplificar o trabalho dos quatro anos, não construí-lo do zero. Dessa forma, a maior lição aprendida é que a comunicação política precisa ser contínua, estratégica e bem planejada desde o primeiro dia de mandato.

Além disso, houve uma mudança significativa no perfil do eleitorado alcançado. No resultado das urnas, tivemos votos em 97,59% dos bairros da cidade do Rio de Janeiro, demonstrando que nossa comunicação conseguiu levar a mensagem para toda a cidade. Houve ainda um crescimento absoluto de votos em 20 bairros, evidenciando o impacto positivo das estratégias adotadas.

Conclusão

A experiência de 2024 reforçou que comunicação política não pode ser tratada como algo secundário. Ela precisa estar no centro da estratégia de qualquer mandato e ser conduzida de maneira clara, transparente e próxima da população. O desafio de se comunicar bem não é exclusivo do período eleitoral, mas sim um trabalho diário que constrói credibilidade, engajamento e, no fim, a vitória nas urnas. Que essas reflexões sirvam de aprendizado para todos que atuam na comunicação política e que possamos seguir aprimorando o diálogo entre representantes e representados.

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